PODOLOGIA (CABEÇALHO)

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PALESTRAS

Unha encravada (Remoção)

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

FUNCIONALIDADE DO PÉ


            
Funcionalidade do Pé

            O pé possui funções importantes como suportar o peso e servir como alavanca para impulsionar o corpo. A construção do pé com vários ossos e articulações, permite a adaptação do pé aos tipos de superfícies, além de aumentar sua ação propulsora.
            O esqueleto do pé é formado pelos ossos tarsais, metatarsais e falanges. Quase todos os ossos se unem por articulações sinoviais, conferindo mobilidade necessária para se adaptar a forças longitudinais aplicadas sobre o pé e, se moldar aos diferentes tipos de superfícies durante a marcha.
            Os ossos do tarso (do grego – tarso = superfície plana) a palavra era usada para uma série de estruturas planas. Hipócrates usava a expressão “tarsos podos” = planta do pé. Galeno utilizou o termo para o esqueleto, envolvendo apenas os ossos cuneiformes e cuboide como parte do tarso. São ossos pares e curtos, totalizando sete ossos em cada pé.
            O tálus (do latim – tálus = tornozelo, dado de jogar), articula-se, proximalmente, com a face inferior da tíbia e, as porções articulares dos maléolos (lateral e medial – faces articulares), constituindo a articulação talocrural (tornozelo). O tálus repousa sobre o calcâneo. É dividido em três principais porções: tróclea (face articular para o tornozelo), colo (região estreita) e a cabeça (porção que se articula com o navicular).
            O calcâneo (do latim – calx = calcanhar), utilizado por Celso para designar o osso calcâneo. É o maior osso do tarso. Recebe toda a carga proveniente do corpo. Articula-se com os ossos: tálus, navicular e cuboide. Recebe a inserção do músculo tríceps sural (tendão do calcâneo, denominado antigamente como tendão de “Aquiles”).
         Osso cuboide( do grego – kúbus = cubo, oides = forma de) articula-se com o calcâneo, navicular e com a base do IVº e Vº metatarsais.
            Osso navicular (do latim – navícula = diminutivo de navio) articula-se com a cabeça do tálus, cuboide e os três cuneiformes.
            
Ossos cuneiformes (do latim – cuneus = cunha, formis = forma de), são nomeados no sentido transversal, sendo, cuneiforme medial, intermédio e lateral. Os cuneiformes se articulam com o osso navicular e com a base do Iº, IIº e IIIº metatarsais.
            Ossos metatarsais (do grego – meta = depois)são em número de cinco ossos, numerados de medial para lateral (desta forma, o Iº está no hálux). São ossos longos e podemos identificar três regiões: base, corpo e cabeça. As bases dos ossos metatarsais se articulam com os ossos tarsais. A base do Iº metatarso se articula com o cuneiforme medial, a base do IIº metatarso se articula com o cuneiforme intermédio, a base do IIIº metatarso se articula com o cuneiforme lateral e, as bases do IVº e Vº metatarsais se articulam co m o osso cuboide (nessa descrição não estamos levando em consideração a articulação entre as bases dos ossos metatarsais e, por motivos didáticos também não descrevemos detalhadamente as articulações entre base dos metatarsos (IIº e IIIº com os ossos cuneiformes). As cabeças dos ossos metatarsais se articulam com a base das falanges proximais, constituindo a articulação metatarsofalangiana. Comumente, na cabeça dos Iº metatarsos estão localizados dois ossos supranumerários, os ossos sesamoides lateral e medial. Em alguns casos a tuberosidade do Vº metatarsal pode desenvolver-se separado, imerso no tendão do músculo fibular longo, formando um osso sesamoide, denominado de osso de Vesalius.
            As falanges (do grego – phalanx = tropa de soldados). A phalanx era uma formação de infantaria grega em fileiras. Aristóteles utilizou o termo para os ossos dos dedos, devido sua disposição em fileiras. São em número de 14 falanges em cada pé formando o esqueleto dos dedos, divididas em proximais, médias e distais, com exceção no hálux (formado pelas falanges proximal e distal). As falanges possuem uma base (articulada com o osso metatarsal correspondente), um corpo e uma tróclea (articula-se com a base da próxima falange correspondente). As articulações entre as falanges são denominadas de articulações interfalangianas (proximal e distal, exceto no hálux).

 Divisão Clínica do Esqueleto do Pé

            Clinicamente o pé é dividido em três porções: retro pé, médio pé e ante pé.
            O retro pé: formado pelos ossos tálus e calcâneo. A articulação entre o tálus e calcâneo é denominada de articulação subtalar (articulação de Choupart).
            O médio pé : formado pelos ossos navicular, cuboide e cuneiformes medial, intermédio e lateral. A principal articulação é entre os ossos navicular (do médio pé) com o tálus e calcâneo (retro pé), denominada de articulação taluscalcâneonavicular (local onde tem grande mobilidade para os movimentos de inversão e eversão do pé).
            O ante pé: constituído pelos metatarsos e falanges. A articulação entre o médio pé e ante pé, articulação tarsometatarsal, também é conhecida como articulação de Lisfranc.

Ciclo da Marcha

            A marcha é definida como maneira ou estilo de andar. Uma marcha normal se atribui a sua velocidade segura e confortável disponível, aos padrões patológicos. O padrão da marcha de um indivíduo inclui a velocidade de locomoção e o número de passos completados por unidade de tempo, bem como outras característica do padrão.
            Durante um ciclo da marcha, um pé esta ora em contato com o solo (fase de apoio), ora no ar (fase de oscilação). A duração de cada ciclo começa no momento em que o calcanhar toca o solo até que o mesmo toque novamente ao solo, como ilustrado na figura 12. A fase de apoio começa com o contato inicial do pé e termina quando o pé deixa o solo. A fase de oscilação inicia-se com a impulsão e termina com o calcanhar no solo. Em marchas comuns a fase de apoio ocupa 60% de um único ciclo e a fase de oscilação 40%. Um ciclo típico dura de 1 a 2 segundos dependendo da velocidade da marcha na figura 12 existe um período de suporte duplo, que é quando os dois pés estão em fase de apoio, a duração desse suporte varia de acordo com a velocidade da marcha, numa caminhada lente este período é longo, já numa corrida não ocorre o suporte duplo, podendo em um pequeno período os dois pés estar fora do solo simultaneamente.
            Cada uma das duas fases da marcha pode ser subdivididas em estágios, por exemplo a fase de apoio é dividida em subfases, calcanhar-solo, aplainamento do pé, impulso de calcanhar e impulsão. A fase de oscilação é formada pela subfase de oscilação inicial, oscilação média e oscilação terminal.
            É o ato de deambular, a maneira ou estilo de andar.
Passada: espaço entre o toque do calcanhar que inicia o ciclo até o novo toque deste mesmo calcanhar.
Passo: espaço entre o calcanhar do pé que está à frente e o calcanhar do pé que está atrás.
Fases da Marcha
-Fase de Apoio
Corresponde ao tempo que o membro permanece no chão, corresponde cerca de 60% do ciclo da marcha.
-Fase de Balanceio
Corresponde ao tempo que o membro permanece no ar, corresponde cerca de 40% do ciclo da marcha.
Sub-fases da Marcha.
Fase de Apoio Toque do calcanhar Fase de contato Apoio Médio Saída do Calcanhar Propulsão
Fase de Balanceio ou de Oscilação Aceleração Balanceio Médio Desaceleração
Mecanismos determinantes da Marcha:
-Os deslocamentos do tronco.
-Os deslocamentos do membro superior
-Os deslocamentos do membro inferior.
-Os Deslocamentos do centro de gravidade corporal.

Função Muscular durante a Marcha.

            A ação muscular durante a marcha foi estudada através da eletromiografia.
            As ações musculares na marcha humana ocorrem para:
-Frenagem moderada de uma aceleração que poderia ser maior ou de uma queda que poderia ocorrer.
-Amortecimento dos choques e das vibrações.
-Aceleração dos segmentos.
-Garantia da estabilidade pela tensão viscoelástica em função das necessidades do momento.
            A ação concêntrica na marcha está presente primariamente na fase de apoio ou primariamente na fase de balanço. O trabalho positivo (concêntrico) acelera e está presente na transferência de peso, impulsão e aceleração do membro no início da oscilação. O trabalho concêntrico nos empurra pra frente. As contrações concêntricas são utilizadas em breves momentos na marcha normal.
            A maior parte das ações musculares na marcha são isométricas e excêntricas. Elas ocorrem para equilibrar e desacelerar (controlar) os deslocamentos dos segmentos corporais e do centro de gravidade corporal. O trabalho negativo (excêntrico) permite a absorção e armazenamento de energia elástica além de ser mais eficiente em termos metabólicos. O trabalho isométrico e excêntrico nos mantém em pé.
Tibial Anterior
            É ativado de forma isométrica O maior pico de contração desse músculo é durante a fase de toque do calcanhar para evitar que o pé caia. Na fase de contato atua de forma excêntrica durante o aplanamento do pé (resposta de carga). Na passagem para o apoio médio vai atuar de forma concêntrica ajudando no avanço da tíbia. Na fase de balanço para evitar que o pé encoste-se ao solo contrai-se isométricamente para mantê-lo na posição neutra.
Grupo de Panturrilha
            São representados pelo gastrocnêmio e sóleo. Sua atividade começa em pé-plano com uma contração excêntrica para retardar e controlar o avanço da tíbia sobre o pé em dorsiflexão até a posição neutra. Na fase de elevação do calcanhar e propulsão irão atuar de forma concêntrica para elevar o calcanhar do solo e iniciar a aceleração e a fase de balanço.
Quadríceps
            Atuam isométricamente na fase de toque do calcanhar, já na fase de aplanamento do pé de forma excêntrica para frear a flexão do joelho. Atuarão de forma concêntrica no final da fase de balanço estendendo o joelho (desaceleração).
Isquiotibiais.
            Começam a trabalhar de forma isométrica na fase de toque do calcanhar, freando a flexão do quadril (pelve) e do joelho. Atua ainda na fase de balanço flexionando o joelho na aceleração até a oscilação média onde começa a controlar o movimento de extensão do joelho e desacelerando a oscilação final através de ação excêntrica.

Abdutores
            Eles se contraem para estabilizar a pelve durante o toque do calcanhar e na fase de apoio único.
Adutores
            Trabalham no mesmo momento dos abdutores para estabilizar a pelve durante o toque do calcanhar e na fase de aceleração flexionando concentricamente o quadril (coxa).
Fibulares é Fibular Curto e Longo
            Possui atividade semelhante ao gastrocnêmio sóleo com a contração começando na fase de apoio e indo ao máximo na elevação do calcanhar
Glúteo Máximo
            A atividade do glúteo máximo começa ao toque do calcanhar impedindo a flexão da pelve e continua até o apoio médio produzindo a extensão desta mesma pelve. Atua primeiramente de forma isométrica e depois concêntrica.
Músculos do Tronco (Eretores Espinhais)
            Representado pelos músculos (iliocostais, longuíssimos do tórax e Espinhais) eles mantém uma atividade constante durante todo o ciclo da marcha com picos de contração no contato inicial e no apoio médio.
                                                                                        Ciclo da Marcha

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